Bispos Mexicanos apresentam ao Papa Bento XVI uma imagem de cera em tamanho real de José Luis
O deputado sabia
que os Sánchez del Río tinham dinheiro porque havia sido seu vizinho e amigo da
família. Dessa forma lhes pediu cinco mil pesos em ouro para que resgatassem
José. O Senhor Macario Sánchez, de imediato, tratou de juntar essa quantidade,
mas quando José soube, pediu a sua família que não pagassem o resgate porque
ele já havia oferecido sua vida a Deus, além do fato de o dinheiro fortalecer a
batalha dos ímpios.
Macario Sánchez
conseguiu levantar o dinheiro e se dirigiu ao “compadre” Rafael Picazo,
entregando-lhe o dinheiro, mas, ele não lhe disse que havia autorizado o
assassinato de seu afilhado.
Na primeira noite
de prisão na Paróquia, José Luis observou como os soldados haviam profanado o
templo. Além de servir de albergue para o cavalo de Picazo, o presbitério era o
curral de seus finos galos de briga. Naquela noite, José conseguiu se desatar,
matou os galos, cegou o cavalo do deputado e voltou para o lugar onde estava.
No dia seguinte
José enfrentou Picazo, que o interrogou sobre o que havia acontecido e ele respondeu-lhe:
“A casa de Deus é para vir para orar, não para refúgio de animais”. Ao ser
ameaçado, José respondeu: “Estou disposto a tudo. Fuzila-me para que eu esteja
depois diante de Nosso Senhor e pedir-lhe que te confunda!”. Diante desta
resposta um dos ajudantes golpeou José na boca quebrando seus dentes.
Para aterrorizá-lo,
os soldados fizeram-no prestar atenção à morte de outro Cristero capturado. Mas José incentivou o homem, falando: “você
estará no Céu antes de mim. Prepare um lugar para mim. Diga ao Cristo-Rei que
eu irei logo”.
Em 10 de fevereiro
de 1928, uma sexta-feira, que nos remete ao dia da Paixão de Cristo, José Luis
foi transferido para a estalagem del
Refugio, transformada em quartel, onde foi anunciada sua morte.
Sabendo que iria
ser morto, José pediu papel e tinta para escrever à sua tia María Sánchez de
Olmedo, agradecendo seu apoio e ajuda incondicional na realização de seus
ideais e pedindo-lhe que dissesse à sua tia Magdalena que lhe levasse na mesma
noite a comunhão como viático. Ele terminou a carta assim: “Cristo vive, Cristo
reina, Cristo impera! Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe! José Sánchez
del Río que morrerá defendendo sua fé...” Foi esse seu último escrito.
Às onze horas da
noite retiraram-lhe a sola (pele) das plantas dos pés com um punhal e o
obrigaram a caminhar a galopes até o Panteón (Cemitério). José não se
intimidou. Saiu forte e aldaz como bom soldado de Cristo. Percorreu as ruas de
Sahuayo até chegar ao Cemitério, deixando, por onde passou, as marcas de sua
coragem, do sangue que escorria de seus pés.
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