quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

A casa de Deus é local de oração


Bispos Mexicanos apresentam ao Papa Bento XVI uma imagem de cera em tamanho real de José Luis


O deputado sabia que os Sánchez del Río tinham dinheiro porque havia sido seu vizinho e amigo da família. Dessa forma lhes pediu cinco mil pesos em ouro para que resgatassem José. O Senhor Macario Sánchez, de imediato, tratou de juntar essa quantidade, mas quando José soube, pediu a sua família que não pagassem o resgate porque ele já havia oferecido sua vida a Deus, além do fato de o dinheiro fortalecer a batalha dos ímpios.
Macario Sánchez conseguiu levantar o dinheiro e se dirigiu ao “compadre” Rafael Picazo, entregando-lhe o dinheiro, mas, ele não lhe disse que havia autorizado o assassinato de seu afilhado.
Na primeira noite de prisão na Paróquia, José Luis observou como os soldados haviam profanado o templo. Além de servir de albergue para o cavalo de Picazo, o presbitério era o curral de seus finos galos de briga. Naquela noite, José conseguiu se desatar, matou os galos, cegou o cavalo do deputado e voltou para o lugar onde estava.
No dia seguinte José enfrentou Picazo, que o interrogou sobre o que havia acontecido e ele respondeu-lhe: “A casa de Deus é para vir para orar, não para refúgio de animais”. Ao ser ameaçado, José respondeu: “Estou disposto a tudo. Fuzila-me para que eu esteja depois diante de Nosso Senhor e pedir-lhe que te confunda!”. Diante desta resposta um dos ajudantes golpeou José na boca quebrando seus dentes.
Para aterrorizá-lo, os soldados fizeram-no prestar atenção à morte de outro Cristero capturado. Mas José incentivou o homem, falando: “você estará no Céu antes de mim. Prepare um lugar para mim. Diga ao Cristo-Rei que eu irei logo”.
Em 10 de fevereiro de 1928, uma sexta-feira, que nos remete ao dia da Paixão de Cristo, José Luis foi transferido para a estalagem del Refugio, transformada em quartel, onde foi anunciada sua morte.
Sabendo que iria ser morto, José pediu papel e tinta para escrever à sua tia María Sánchez de Olmedo, agradecendo seu apoio e ajuda incondicional na realização de seus ideais e pedindo-lhe que dissesse à sua tia Magdalena que lhe levasse na mesma noite a comunhão como viático. Ele terminou a carta assim: “Cristo vive, Cristo reina, Cristo impera! Viva Cristo Rei e Santa Maria de Guadalupe! José Sánchez del Río que morrerá defendendo sua fé...” Foi esse seu último escrito.
Às onze horas da noite retiraram-lhe a sola (pele) das plantas dos pés com um punhal e o obrigaram a caminhar a galopes até o Panteón (Cemitério). José não se intimidou. Saiu forte e aldaz como bom soldado de Cristo. Percorreu as ruas de Sahuayo até chegar ao Cemitério, deixando, por onde passou, as marcas de sua coragem, do sangue que escorria de seus pés. 




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